Sábado
27 de Abril de 2024 - 
Precisa de ADVOGADO, entre em contato conosco.

Controle de Processos

Usuário
Senha

Notícias

Newsletter

Nome:
Email:

Previsão do tempo

Segunda-feira - Rio de Janeiro...

Máx
32ºC
Min
24ºC
Chuva

Cotação da Bolsa de Valores

Bovespa 0,92% . . . . . . .
Dow Jone ... % . . . . . . .

Cotação Monetária

Moeda Compra Venda
DOLAR 4,85 4,85
EURO 5,32 5,32
PESO (ARG) 0,01 0,01

Webinário sobre violência doméstica e familiar divulga grupos de apoio e assistência a magistradas e servidoras na 2ª Região

Com o objetivo de pulgar a criação e o funcionamento dos Grupos de Apoio e Assistência a Magistradas e Servidoras em Situação de Violência Doméstica e Familiar, a JFRJ promoveu, no dia 19/03, o webinário “Violência Doméstica e Familiar”, com as coordenadoras dos coletivos do TRF2 e das Seções Judiciárias do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. O evento contou com o apoio do Sisejufe. Participaram do debate a desembargadora federal Andrea Cunha Esmeraldo, à frente do Grupo do TRF2; as juízas federais Michelle Brandão de Sousa Pinto (da SJRJ) e Lilian Mara de Souza Ferreira (da SJES); além da supervisora da Seção de Desenvolvimento (SGP/CCDE/SEDES) e mestre em Psicologia pela UFRJ, Aniele Xavier. As palestrantes apresentaram os Grupos, falaram sobre as ações prioritárias, estratégias de prevenção e os desafios de abordar o tema, ainda considerado “tabu”, dentro da instituição. Medo do estigma Para dra. Andrea Esmeraldo, um dos fatores que tornam desafiadora a implementação de grupos de acolhimento a mulheres vítimas de violência é o medo que elas sentem do estigma, acompanhado por constrangimento e humilhação. “Sabemos que, muitas vezes, as vítimas não buscam os meios de proteção pelo receio de ficarem estigmatizadas no ambiente familiar, social e profissional, além dos sentimentos de vergonha, culpa, próprios do ciclo de violência. Também sentem medo de sofrerem alguma retaliação por parte do agressor, e é nesse ponto que a instituição pode dar um suporte ainda maior”, destacou. A falta de esclarecimento sobre cada um dos persos tipos de violência praticados contra mulheres também dificulta a procura por ajuda. Segundo a coordenadora do Grupo da SJRJ, dra. Michelle Brandão, a prioridade é abrir o diálogo e explicar com mais detalhes o que vem a ser violência contra a mulher. “Ela não se resume à agressão física. Muitas vezes, a mulher está inserida em um contexto violento que nem se dá conta de que está sofrendo violência. Também acontece dela ter dúvidas sobre se o que está passando configura ou não uma situação de violência. Nosso Grupo busca esclarecer esses pontos também”, afirmou. Para a psicóloga Aniele Xavier, que integra o Grupo de Assistência da SJRJ, a desinformação também é alimentada pelo imaginário que se tem sobre a violência doméstica, geralmente associada a mulheres em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica. A especialista reforça que qualquer mulher – independente do grau de escolaridade, cargo ou posição social – pode ser vítima de violência. Ela lembrou o assassinato da juíza estadual Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, morta pelo ex-marido na véspera do Natal, e na frente das filhas.  “Esses marcadores, de fato, trazem vulnerabilidades. A dependência financeira é um dos fatores que geram dependência do agressor e que tornam mais difícil o rompimento do ciclo. Mas não podemos ter como única imagem da mulher violentada aquela destituída de escolaridade, de renda, nem ter o ‘tapa’ como símbolo da violência doméstica. A violência psicológica, por exemplo, é anterior e perversa. É onde entram nossos 'pontos-cegos', porque tem como estratégia destruir a autoestima e a autoconfiança da vítima. Como fazer visível essa violência? Esse é um desafio”, questionou. Acolhimento e reconstrução A pisão do trabalho em três grupos separados na 2ª Região, conforme explicou dra. Andrea Esmeraldo, é apenas para otimizar as ações. A desembargadora adiantou que a atuação será integrada e o foco inicial é o acolhimento. “A mulher que sofre violência emocional, psicológica, às vezes, não consegue se identificar enquanto vítima.  Estamos fazendo um trabalho inicial de sensibilização, fazer com que essas mulheres tenham esse acolhimento, se sintam pertencentes, romper com o tabu de que estão sozinhas”, pontuou. Aniele Xavier complementa: não é preciso ter certeza de que está vivendo uma situação de violência para acionar a rede de apoio. “Não estamos ali para julgar se alguém é ou não é vítima. Estamos ali para dialogar, mostrar que existimos, que temos uma porta aberta para conversar com essa magistrada e servidora que está vivendo uma situação difícil. É o início de um processo de reconstrução da vida da mulher e de suas relações. Isso, por si só, já é um antídoto contra a violência, que poderá levar a uma ruptura ou denúncia da relação abusiva”, informou. Ainda de acordo com a psicóloga, uma das formas de violência contra a mulher é o isolamento e ninguém sai do ciclo de violência sem rede de apoio. “Ninguém se salva sozinha quando está se afogando. Às vezes, a gente vê uma colega de trabalho numa situação e deixamos passar. Não acolhemos uma mulher que chega no setor com uma questão. Dizemos que não temos que misturar o pessoal com o trabalho. São esses pequenos silenciamentos cotidianos que contribuem para que esses direitos assegurados pela legislação não se efetivem na prática”, criticou Aniele.
Visitas no site:  379110
© 2024 Todos os direitos reservados - Certificado e desenvolvido pelo PROMAD - Programa Nacional de Modernização da Advocacia